Nos últimos quatro anos, o Brasil registrou 90.451 casos de pessoas desaparecidas, conforme dados atualizados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Isso representa uma média alarmante de 57 desaparecimentos por dia. Entre as vítimas, a maioria ainda é composta por crianças e adolescentes, o que torna o cenário ainda mais preocupante. 60196c
De 2021 até abril de 2025, 55.605 menores foram encontrados, mas 34.846 seguem desaparecidos. Na prática, uma criança ou adolescente desaparece a cada 30 minutos no país — um dado que escancara a urgência do problema e a fragilidade de políticas públicas voltadas à prevenção e à busca.
Famílias em busca de respostas 393m1w
Por trás dessas estatísticas estão histórias como a de Lucineide da Silva Damasceno, mãe de Felipe, desaparecido desde novembro de 2008, aos 16 anos. Após anos de busca, a dor da incerteza continua.
“Eu não sei onde ele está, não sei se está comendo, se está bem ou vivo. É muito difícil essa dor do não saber”, desabafa Lucineide.
Ela conta que, na época do desaparecimento, enfrentou a burocracia ao tentar registrar a ocorrência: “O delegado disse que era preciso esperar 24 horas. Achavam que ele logo voltaria para casa. Mas nunca voltou.”
Campanha alerta para agir imediatamente c3w2f
Para combater a desinformação e reduzir o número de desaparecimentos, o Ministério da Justiça lançou a campanha “Não Espere 24 Horas”, que reforça que a denúncia pode — e deve — ser feita assim que o sumiço for percebido.
A cartilha da campanha traz dicas práticas para pais e responsáveis:
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Nunca deixar crianças desacompanhadas em locais públicos
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Segurar a mão da criança em eventos com aglomeração
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Combinar pontos de encontro em caso de separação
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Ensinar nome completo, endereço e telefones de contato
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Emitir documentos como RG e F desde cedo
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Monitorar o uso da internet e redes sociais
Cadastro nacional parado há 16 anos 3tu5g
Especialistas destacam a ausência de um banco de dados nacional como uma das maiores falhas na política de enfrentamento aos desaparecimentos. A lei que prevê a criação de um cadastro nacional de crianças e adolescentes desaparecidos foi sancionada há 16 anos, mas até hoje não saiu do papel.
Esse sistema unificaria informações como foto, idade, local e data do desaparecimento, além de características físicas e nomes dos responsáveis — dados que poderiam agilizar o processo de localização.
Enquanto isso, milhares de famílias seguem à espera. E o tempo, que poderia ser aliado na busca, continua sendo desperdiçado.
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